segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

€uro - 10 anos a circular !

  Fez ontem 10 anos que as moedas e notas de euro começaram fisicamente a circular.


  Não obstante as comemorações desta primeira década de vida estarem um pouco ensombradas pela primeira recessão económica que o euro atravessa, a verdade é que estes 10 anos podem ser considerados um enorme sucesso. 


 Como sempre, os números têm uma força impressionante, pois eles traduzem de uma forma nua e crua as realidades, sem subterfúgios nem preconceitos de qualquer espécie.
  E a verdade é que a União Europeia é a primeira potência mundial !
  É ainda neste nosso espaço comum que se produz mais de  20 % da riqueza do mundo.
  Dir-se-á que somos 27. Sim, mas os Estados Unidos são 50 estados, a China são mil e quatrocentos milhões e a India mil duzentos e cinquenta milhões, quando na União Europeia mal chegamos aos 500 milhões de pessoas. A Rússia é só o maior país do mundo com mais de 17 milhões de km2 e o Brasil com mais de 8 milhões e meio de km2 - países continentais, onde os recursos naturais são praticamente inesgotáveis. 
 A União Europeia atinge apenas os 4 milhões de km2. Não temos grandes recursos naturais. Possuímos apenas a nossa capacidade de trabalho e a nossa inteligência. E sobretudo soubemos criar o maior espaço mundial de bem estar, de segurança e de qualidade de vida que continua a ser a inspiração e a aspiração de todos os outros povos - o modelo social europeu.
 Mas vejamos os últimos dados disponíveis referentes a 2010 no tocante à criação de riqueza no mundo:


 As contas de 2011 estão prestes a ser encerradas, e os chamados BRICS - Brasil, Rússia, China , Índia  e África do Sul, continuarão a ascender nos rankings,



assim como os MIST - México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia.
  O que significa que a União Europeia não pode dormir na forma nem arrastar os pés. Temos de continuar a ser competitivos e a ter a liderança. E a nossa moeda é fundamental nesse desiderato. E sobretudo, temos de insistir com os nossos diretos concorrentes, que a concorrência deve ser leal e que não são admissíveis formas de produção em que a dignidade humana é tantas e tantas vezes colocada de lado.

 





Fica a notícia da Rádio Renascença quanto aos 10 anos de circulação do €uro :

  Há 10 anos, a moeda única europeia entrou em Portugal e começou a circular ao lado do escudo. Hoje, há ainda quem se lembre da moeda antiga e mais de 163 milhões de euros em notas e moedas de escudo estão ainda guardados nas casas dos portugueses.

A quase totalidade deste valor (99%) corresponde, de acordo com o Banco de Portugal, a moedas que deixaram de poder ser trocadas no final do ano 2002.

"Até essa data, foram recolhidos 701 milhões de moedas, equivalentes a 177 milhões de euros, correspondendo a 52% do valor total em circulação", refere a mesma fonte.

Quanto às notas ainda guardadas – e que somam cerca de 183 mil euros – podem ser trocadas até 20 anos depois da retirada de circulação da chapa a que a nota pertence, o que quer dizer que podem ser trocadas até 2022.

As já recolhidas foram destruídas, enquanto as moedas foram vendidas à Casa da Moeda, numa operação que rendeu 26 milhões de euros, embora parte desse valor seja para pagar custos de manutenção e armazenagem.

"Todas as notas de escudo recolhidas são submetidas pelo Banco de Portugal a um processo de verificação de autenticidade e imediatamente destruídas, por granulação, em equipamentos especialmente concebidos para esse efeito", explica a fonte oficial.

Quando a Casa da Moeda recebe as moedas, a primeira coisa a fazer é "destruir as faces para transformar a massa monetária em metal amoedado", explica, por seu lado, o director de marketing estratégico da Imprensa Nacional Casa da Moeda.

Depois "o metal é vendido e das duas uma: ou o produto [dessa venda] é utilizado para comprar novos metais ou há um encontro de contas quando os fundidores que compram também vendem metal", adianta, acrescentando que o metal de que era feito o escudo e o metal do euro é de ligas diferentes.

O escudo e o euro circularam em simultâneo entre o dia 1 de Janeiro e o último dia de Fevereiro de 2002.

A Renascença foi para a rua ouvir o que têm a dizer os portugueses sobre o fim do escudo e a chegada do euro e encontrou um turista britânico que considera que a moeda única é boa, mas o Reino Unido deve manter-se de fora.


Desenhar a moeda “foi importante", mas não trouxe reconhecimento O escultor Vítor Santos, autor da face portuguesa das moedas de euro, confidenciou à agência Lusa que, em 2001, esse trabalho foi "muito importante", mas que não teve grandes consequências na sua carreira.

"Foi uma situação que me deixou bastante feliz", sublinha, embora nos "primeiros tempos" tenha passado por "um período sem trabalho".

Todos os dias, milhares de pessoas em Portugal e no espaço europeu têm na carteira o trabalho que Vítor Santos desenvolveu há 10 anos para as moedas de um, dois, cinco, dez, vinte e cinquenta cêntimos e para as moedas de um e dois euros.

Mas são poucos os que sabem quem é o autor dos desenhos da gravação nas moedas. Vítor Santos diz que a falta de reconhecimento público é algo bastante comum para quem trabalha em “design”.

"Acontece com a maior parte das pessoas que trabalham nesta área, parece que as coisas nascem de geração espontânea. Não é uma obra de autor", afirma.

Licenciado em escultura e mestre em desenho pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Vítor Santos está representado no Museu Britânico e já recebeu vários prémios na área de medalhística.

Quando, em 1998, venceu o concurso para desenhar a moeda de euro, inspirou-se no primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, para dar "uma imagem de nacionalidade e da antiguidade do país".

Em seu entender, um possível regresso ao escudo seria "um retrocesso muito grande, não só para a Europa, mas para o país".

O euro é a moeda oficial de 17 países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, França, Eslovénia, Eslováquia, Espanha, Estónia Finlândia, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Portugal). As moedas têm uma face comum e uma face nacional.

Portugal faz parte do grupo de 11 fundadores da União Monetária.

A taxa de conversão do escudo para euros foi fixada definitivamente a 31 de Dezembro de 1998: um euro valia 200,482 escudos.


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